sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enquanto as músicas tocavam no celular ela continuava caminhar na beira do mar a pensar sobre sua vida. Cantarolava suas favoritas músicas, pensava em tudo que havia feito e no que esperava pro ano que chegava. Mas não traçava planos nem fazia listas, ela não gosta disso, gosta do imprevisível, apenas pensava, e ia tão longe a seus pensamentos que se perdia e partia em busca de si novamente várias vezes.
Tinha tantas vontades dentro dela, muitas contraditórias e por isso pensava que nunca seria capaz de tornar nada real.. seus lábios abriam um sorriso idiota enquanto pensava nisso tudo, como era boba, sozinha e quanto não se conhecia.
Percebam o quanto ia longe em cada música, uma hora queria ficar um final de semana na praia escrevendo um livro com uma máquina de escrever ouvindo o som do mar, queria apenas viver um amor, pra que na entrada do próximo ano ele pudesse estar ao seu lado naquela cama ouvindo as músicas que marcaram seu romance, desejou esquecer tanta coisa sem perder o apego e o sentido que tudo que viveu tinha trazido para sua vida, depois desistia, queria os amigos mais pra perto, muita bebida e festa, outra hora estava em Paris, olhando a torre Eiffel e rindo ao lado dos amigos..
Percebeu? Era uma sonhadora e por isso sorria sozinha, e se perguntava se alguém podia ler seus pensamentos, torcia para que não, já bastava que ela soubesse o quanto era boba, ao menos era essa a ideia que ela tinha.
Eu prefiro acreditar que no fundo de cada bobagem, de ideias opostas existia apenas uma vontade a de fazer algo que ela realmente quer, e ter a certeza de que faz isso por ela e mais ninguém, é realmente difícil ouvir o que seu coração diz em meio aos barulhos da rotina, eu entendia o que se passava dentro daquela cabeça, eu só me perguntava o porque ela deixava essa multidão de pensamentos passar como cada música que escutava, ela devia buscar por tudo isso, pensar não muda nada, fica guardado, mudar suas ações por um pensamento isso sim muda alguma coisa.
Eu vejo ela se levantar, arrasta seu corpo pra fora da cama, suspira mais alto do que imagina, abre um sorriso tímido e preso dentro de um corpo com medo de se soltar, e por fim questiona a si mesma como se fosse outra pessoa, com um sussurro gritado:
- E então 2011, é esse o ano em que eu vou ter coragem de escrever minha própria história, ou mais uma vez vou embarcar na dos outros?
Respirei aliviada, ela ouviu tudo que eu disse enquanto pensava e cantarolava, e bem, eu não poderia estar mais feliz, acredito que dessa vez vou viver uma vida, minha vida.

baseado no texto de bruna bianconi

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