quarta-feira, 31 de agosto de 2011



Você já reparou como é curioso um laço…
Uma fita dando voltas?
Se enrosca…
Mas não se embola,
vira, revira, circula e pronto:
está dado o laço
É assim que é o abraço:
coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço:
um laço no presente, no cabelo, no vestido,
em qualquer lugar que se precise enfeitar.
E quando a gente puxa uma ponta,
o que é que acontece?
Vai escorregando devagarinho,
desmancha, desfaz se o laço.
Solta o presente,
o cabelo, fica solto no vestido.
E na fita, que curioso,
não faltou nem um pedaço.
Ah! Então é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento?
Como um pedaço de fita?
Enrosca, segura um pouquinho,
mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz
- romperam-se os laços.
-E saem as duas partes, igual os pedaços de fita,  
sem perder nenhum pedaço.
Então o amor é isso…
Não prende, não escraviza,
não aperta, não sufoca.
Porque quando vira nó,
 já deixou de ser um laço!
(Mário Quintana)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver,não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir. Porque não estou fluindo.
Caio Fernando Abreu

"O amor é frágil, Ronnie. E nem sempre cuidamos dele muito bem. A gente se vira e faz o melhor que pode, e torcemos para que esta coisa frágil, sobreviva apesar de tudo" 
(A Última Música)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eu não planejei me apaixonar por você, e duvido que você também tenha planejado se apaixonar por mim. Mas, assim que nos conhecemos, estava claro que nenhum de nós conseguia controlar o que estava acontecendo com a gente. Ficamos apaixonados, apesar das diferenças entre nós, e quando isso aconteceu, alguma coisa rara e maravilhosa foi criada. Para mim, um amor como esse só acontece uma vez, e é por isso que cada minuto que passamos juntos ficou gravado na minha memória. Nunca me esquecerei de um momento sequer. (Diário de uma Paixão)



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Eu me preocupava bastante com o que queria ser quando crescesse. Quanto ganharia ou se me tornaria alguém importante. Às vezes as coisas que você mais quer, não acontecem. E às vezes, as coisas que jamais esperaria acontecem. Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam. E então encontra uma pessoa e sua vida muda.
Love and Other Drugs


terça-feira, 16 de agosto de 2011



“Ainda tenho tantas coisas pra te dizer e saber. Você que sempre me ganha antes de me perder. Me faz ver em cada melodia o erro que eu vou escrever, bem sei. Sua boca me leva aonde eu vou me perder. Mesmo se não for pra sempre volto pra te buscar. Mesmo que eu siga em frente um dia eu vou te levar. Mas não vá, ainda é tudo seu aqui, é tudo seu. As horas vivem com pressa eu ando devagar, segredos moram comigo eu gosto de contar pro céu. A vida inteira é muito pouco só pra começar, desvendar, e quando os olhos se esquentam eu perco a direção e a razão. Mesmo se não for pra sempre, volto pra te buscar. Mesmo que eu siga em frente, um dia eu vou te levar. Mas não vá, ainda é tudo seu aqui, é tudo seu.”

(Luiza Possi)
“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?”

Caio Fernando Abreu.




"História escrita a lápis, lápis-borracha para tudo ser mais prático. Escrita de qualquer jeito, torta, em linhas invisíveis. Com um início de perder o fôlego, mas com um eterno três pontinhos num final que nem existe.
Os três pontinhos são o que me matam, ponto final seria a dureza clara e o fim da história, três pontinhos são o que me matam." Tati Bernardi




segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Pelo o que me diz respeito. Eu sou feita de dúvidas.
O que é torto, o que é direito. Diante da vida.
O que é tido como certo, duvido.
E não minto pra mim.
Vou montada no meu medo.
E mesmo que eu caia, sou cobaia de mim mesma.
No amor e na raiva, vira e mexe me complico.
Reciclo, tô farta, tô forte, tô viva. E só morro no fim.
E pra quem anda nos trilhos cuidado com o trem.
Eu por mim já descarrilho. E não atendo a ninguém.
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo.
E mergulha com tudo, pra dentro de si.
Lá do alto do telhado pula quem quiser.
Só o gato que é gaiato, cai de pé...

Martha Medeiros



domingo, 14 de agosto de 2011

"Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura."

E que graça teria a vida se só houvessem dias ensolarados e amigos equilibrados?                     caio fernando abreu

sexta-feira, 12 de agosto de 2011


Ela o amava. Ele a amava também. E ainda, que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro do sonho, era simples. Boa, fácil, assim era. Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

To ouvindo muito legião urbana essa semana...

Tire suas mãos de mim! Eu não pertenço a você. Não é me dominando assim que você vai me entender. Eu posso estar sozinho, Mas eu sei muito bem aonde estou. Você pode até duvidar. Acho que isso não é amor.
Será só imaginação? Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que vamos conseguir vencer?
Nos perderemos entre monstros Da nossa própria criação. Serão noites inteiras, Talvez por medo da escuridão. Ficaremos acordados Imaginando alguma solução. Prá que esse nosso egoísmo, Não destrua nosso coração.
Será só imaginação? Será que nada vai acontecer? Será que é tudo isso em vão? Será que vamos conseguir vencer?
Brigar prá quê se é sem querer? Quem é que vai nos proteger? Será que vamos ter que responder
Pelos erros a mais, eu e você?

será- legião urbana

terça-feira, 9 de agosto de 2011



- Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?
"...ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros. 

Agora vou contar o que ele vê nela: ele vê, sim, que o corpo dela não é nem de longe parecido com o da Daniella Cicarelli, mas vê que ela tem uma coxa roliça e uma boca que sorri mais para um lado do que para o outro, e vê que ela, do jeito que é, preenche todas as suas carências do passado, e vê que ela precisa dele e isso o faz sentir importante, e vê que ela até hoje não aprendeu a fazer um rabo-de-cavalo decente, mas faz um cafuné que deveria ser patenteado, e vê que ela boceja só de pensar na palavra bocejo e que faz parecer que é sempre primavera, de tanto que gosta de flores em casa, e ele vê que ela é tão insegura quanto ele e é humana como todos, vê que ela é livre e poderia estar com qualquer outra pessoa, mas é ao seu lado que está, e vê que ela se preocupa quando ele chega tarde e não se preocupa se ele não diz que a ama de 10 em 10 minutos, e por isso ele a ama mesmo que ninguém entenda."
Martha Medeiros


quinta-feira, 4 de agosto de 2011


Um jeito bobo de rir, tímido pra agir, e intenso para amar.




Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo percebendo que a minha vida não tem lá tanta semelhança com o enredo que eu imaginei para ela na maior parte da jornada e que nem por isso é menos preciosa, a minha imaginação, por mais longos que sejam seus braços, não alcança o verdadeiro propósito que move a minha existência, esse que às vezes intuo, mas, de verdade, não sei. É me sentir confortável, cabendo sem esforço e com a fluidez que eu souber, na única história que me é disponível, que é feita de capítulos inéditos, e que não está concluída: esta que me foi ofertada e que, da forma que sei e não sei, eu vivo." 
(Ana Jácomo)